Snakes, spiders and scorpions

Estou em Nampula outra vez. Conversa com a esposa de um colega zimbabweano.

Eu: What frightens me and the fact of coming to live here is the major probability of having snakes and big spiders getting inside my house... I really don't like them.
Ela: Oh i'm affraid of rats. Snakes and spider's are ok...
Eu: I'm more used to rats, since I am a city person. Not so used to snakes and spiders 'though.
Ela: But the thing you have to be more careful... are... scorpions...
Eu: Scorpions?!?!?!?
Ela: Yes, be sure to check your shoes and shake your clothes before putting them on. Found 2 scorpions recently in my house.
Eu: Oh my god... let's stop this conversation now please.

(só para mim e meio em pânico) Oh cum caraças... escorpiões?!?!? Nem tinha pensado nisso... vou selar o raio da casa toda. Será que vendem detectores para esta bicharada? Bolas... vou pelo menos arranjar um cão.... aiiiiiiiiiiiiiiiii

Conversas com o sexo oposto(6)

Eu: Mas tu ficaste de confirmar se podias vir ter comigo.

Ele: Mas não pude. Não precisas de ficar chateada com isso.

Eu: Ok, não estou. Chateia-me só teres dito que confirmavas e não o teres feito... não custava nada teres dito quaquer coisa. Não combinei outras coisas a contar sair contigo.

Ele: Não deu. Estava sem saldo no telemóvel.

Eu: Sim ok... mas vi-te no msn duas ou três vezes, podias ter dito algo na altura.

Ele: Tentei, mas a mensagem não foi entregue. Desculpa.

Eu: Uhmmm... ok, tá tá.

E penso (só para mim): Fogo... esquece lá isso. Se insisto lá vêm com a conversa de que as gajas são umas chatas. Mas bolas... se não tinhas saldo no telemóvel, se a mensagem no msn não foi entregue, se me viste online... conheces uma coisa chamada email? Não havia mesmo alternativa nenhuma para comunicares? Oh cum caraças...comigo não combinas mais nada. Que falta de paciência pah!!!

Sexta-feira, 14 de Dezembro

Pequeno-almoço, como habitual, às 7h. Só há tempo para responder a uns emails e uma pequena reunião, tempo de regressar no voo das 11h30.
Chego a Maputo e tenho tanto que fazer ainda e mal posso esperar pelo fim do dia. São 16h30 e ainda ando a correr, ligaram-me da oficina e tenho de ir buscar o carro.
Chega, dou a semana por encerrada.
Passo a buscar a Susana no serviço, para depois irmos ter com o Nuno. Não comi nada de jeito e já tenho alucinações com comida. Resolvemos ir ao mercado do peixe porque a Susana estava com desejos de camarão (quanto a mim não podia ter tido melhor ideia).
Às 22h30 de uma sexta-feira ressenti-me desta semana de loucos: desertei, aterrei na cama e nem dei por adormecer.
No fim-de-semana, não quero fazer absolutamente nada de trabalhoso.
A próxima semana, vai ser igual ou pior do que esta. Não me estou a queixar, estou a gostar.

Quinta-feira, 13 de Dezembro

Sete da matina e já estamos todos juntos ao pequeno-almoço. Falamos de trabalho, como vai ser o dia, as prioridades de cada um.
Pequena pausa para verificar o email e sigo a caminho do que há-se ser a maior plantação de bananas de África. No mesmo local, será também a minha casa. Chegamos ao Namialo, a 70 km de Nampula, está um calor tremendo, um sol abrasador mas andamos pelo terreno. Quero mesmo ver isto tudo. Estou cada vez mais entusiasmada, dez mil hectares de terreno e tudo por fazer. Eu tenho a sorte de fazer parte da equipa que vai pôr tudo a andar. Estou a adorar o friozinho que me dá na barriga perante a tarefa hercúlea que tenho pela frente.
Às 12h30 saio com o meu colega Piet que de um momento para o outro me passa uma apresentação powerpoint para as mãos e me diz que dentro de 45 minutos tenho que a apresentar em Monapo (20 km de Namialo), num colóquio sobre agricultura. LOL ok, bora lá... e lá fomos.
A caminho, tive a minha primeira experiência de mato, com o carro a avariar a 5 km da povoação mais próxima. "Ai que já não chegamos a tempo de fazer a apresentação" e "Ai que começou a chover torrencialmente".
Estou mesmo em África e o mais provável é que o improvável aconteça. Por sorte um dos meus colegas parece o Mcgiver e em plena chuvada, abriu o capô, meteu-se por baixo do carro e descobriu o problema. Um furo no tubo que leva a gasolina do tanque ao motor. Amarrou-lhe um saco plástico e lá seguimos viagem.
Chegados a Monapo constato, que estou de facto em Moçambique e que a nossa apresentação que deveria ser às 13h15 foi “ligeiramente” adiada para daí a três horas. No programa do colóquio, a nossa apresentação vem em décimo lugar e ainda faltam seis, até chegar a minha vez.
Às 17h00 a gaja dirige-se à audiência e em quinze minutos tenho o assunto despachado. Agora é só responder a umas perguntas meio desenquadradas do que foi falado. O auditório quer participar e acha para isso é só preciso falar. Dá-me a impressão que nem sabem bem o que dizer, mas gostam de vir até ao palco e pegar no microfone. Ouço, tomo notas, parece que estive a falar chinês e as minhas respostas são na base de explicar que dois, mais dois, são quatro e não seis ou sete como parece que compreenderam.
19h e estou novamente em Nampula, duche rápido e jantar com a malta. Fala-se sobre o dia e há um sentimento de satisfação geral.

Acabo a noite a beber um copo com o Chisch e o Piet, num bar que não podia ter um nome mais apropriado: Bagdad. Na parede ao fundo do bar uma cara que mete medo, dizem-me que é jesus cristinho que nos olha com ar ameaçador por estarmos a pecar. A mim parece-me mais um árabe mal disposto e feio como os trovões, mas já estou por tudo, o que eu quero mesmo é ir-me deitar.

Quarta-feira, 12 de Dezembro

Já passava da meia-noite e decidi que não ia dormir. Às 4h tenho de acordar. Às 5h, tenho de sair de casa para ir para o aeroporto. Às 7h30 estarei a caminho de Nampula. Durmo duas horinhas no avião.
Chego ao destino às 10h00 e passado meia hora já fiz o check-in no hotel e já estou sentada numa mesa de reuniões com os colegas. Na administração e para já, somos só quatro e o "big boss". Gostei deles. Parecem-me simples e são muito simpáticos comigo.
Diz que sou a única gaja e até estou contente por isso. As gajas que me desculpem, mas prefiro mil vezes trabalhar com homens. Pelo menos esses, não perdem tempo a desejar que eu mande um trambolhão, só porque gostavam de ter uns sapatos como os meus. A maioria dos gajos até se está nas tintas para os sapatos que trago.
Os assuntos a tratar eram mais que muitos e o almoço foi uma sandes e um pacote de sumo que se comeu enquanto se prosseguia a reunião. Só acabou às 19h e a essa hora, já eu estava passada com a falta de horas de sono. Absorver tanta informação, sem estar a 100% é dose. Só penso "a culpa foi tua Sylvia Cristina, agora aguenta... e ai de ti que deixes alguém perceber o quão cansada estás".
Saio da reunião e paro na primeira janela. Tenho de repor os níveis de nicotina urgentemente. O dia todo sem fumar. Estou-me a passar.
Tenho meia hora para ir até ao quarto. Duche revigorante, um pouco de base para tapar as olheiras e siga para o restaurante.
Eu, os colegas, o "boss". Supostamente devíamos descontrair, mas não. Até às 22h30 foi mais do mesmo... conversa sobre trabalho e do tanto que temos para fazer.
Mal posso esperar que acabe, a minha caminha está a chamar por mim e eu não a quero desiludir. Já no vale dos lençois, não adormeci, sofri mesmo um knock out técnico e podem contar até dez que eu já não me levanto.
Sou só uma gaja, mas às vezes armo-me em super-gaja.

Terça-feira, 11 de Dezembro

Dia super atarefado a correr de um lado para o outro. Não se consegue fazer nada à primeira em Maputo. Respostas a emails, só quando alguém (por milagre) se dá ao trabalho de responder. Dá-me a impressão que estão todos muitos ocupados com tanto “nada” que têm para fazer.
Perdi a paciência com uma dessas pessoas de tal forma, que fui ao seu local de trabalho e pedi para falar com o chefe. Passado meia hora tinha o meu problema resolvido. A pessoa que estava sempre em reuniões e que não me atendia as chamadas, de repente ficou disponível.
Mas porque é que é preciso uma gaja chatear-se?!?! Não digo que toda a gente seja assim em Moçambique, mas aqueles que (realmente) trabalham por cá, sabem bem do que falo.
Tenho de levar o carro pela terceira vez em duas semanas ao raio da Motorcare. Depois de uma revisão feita pelos gajos, o carro, que estava fixe, faz uma chiadeira que a 2 km já se ouve que eu vou a caminho. Que stress, já para não falar numa perca de tempo imensa. Será que os senhores da Nissan sabem que estão a ser assim tão bem representados por cá? Duvido, mas enfim.
De noite, sem sono e a tomar a decisão de dormir ou não. Nunca adormeço cedo e espera-me um resto de semana que me desperta ainda mais por antecipação. Vou a Nampula, conhecer o local que me servirá de base aqui em Moçambique a partir de Fevereiro. Vou também conhecer os colegas e trabalhar, trabalhar, trabalhar.

Algo mudou

A seguir a ter ficado chateada comó caraças... passei um dia inteiro chateada comó caraças.
Até porque uma das pessoas que me chateou comó caraças, resolveu aumentar a sua performance, e de sentir-me muito estúpida passei ao estado de a achar muito estúpida. Vai daí, ok, ok... e com licença que tenho de trabalhar.
Não é por nada, mas quando acho que tenho razão, não perco tempo com marmelices. Apesar de chateada comó caraças, agarrei-me ao trabalho. Foi para isso que para aqui vim, é por isso que aqui estou.
O dia passou a correr e a noite chegou num instante. De repente e sem estar à espera, sai de lá um pedido de desculpas. Admiro essa capacidade nas pessoas e eu também já tive a minha quota de "pedir desculpas". Ninguém é perfeito e todos podemos sucumbir ao erro, mas já a minha avó dizia "as desculpas, não se pedem... evitam-se".
Eu, confesso que tenho cá o meu feitiozinho e se me chateiam saem chispas por todo o lado. Digo o que tenho a dizer e às vezes até me calo se o assunto não merecer desperdício de palavras. Mas mesmo calada, fervo por dentro. Depois passa.
Não guardo rancor, nem mágoa e nem exijo pedidos de desculpas.
A escolha de desculpar ou não, é minha. Posso portanto, perdoar até, sem que a outra pessoa reconheça o seu erro. Já o fiz muitas vezes, sem sequer mencionar o meu desagrado por esta ou aquela situação. Tudo depende da gravidade da mesma. Neste caso, não era grave (mas senhores oubintes, não habia nexexidadezzz zz zz). As desculpas foram aceites, mas algo mudou. Se para melhor, se para pior, não sei. Mas mudou.
Estou numa fase da minha vida, em que me agradam cada vez mais as mudanças e sei há muito tempo que os estados de graça não duram para sempre. Tendo isto presente, deixo o "pré-cena que me chateou comó caraças" e parto para a fase "pós-cena que me chateou comó caraças".
Deixa ver como vai ser... Eu também não sou perfeita.

Sinto-me mesmo muito estúpida

A vida vai-nos ensinando, mas há coisas que teimamos em não aprender.
Eu ainda não aprendi que "menos" é suficiente para o comum dos mortais. Ainda não aprendi a reservar-me o suficiente até que um dia por milagre tenha certezas e possa dar "mais". Sou mesmo ingénua. Juro que sou.
Eu e esta mania dos sentimentos, de sentir muito e de uma forma intensa. Dou, dou, dou e nunca meço o tamanho da doação. Acredito que há mais gente como eu, acredito que serei retribuída da mesma forma. Acredito no pai natal, em jesus cristinho e em maomézinho. É o grande problema... acredito.

Resolução para 2008: Deixar de acreditar.

München - Das Beste

Hoje num intervalo que aproveitei para passar por uns blogs fiquei nostálgica. Cheguei aqui por acaso e deparo-me com uma música que me fez lembrar Munique. Nem gosto dela, mas ouvi-a tantas vezes que entrou-me no ouvido. Os alemães são assim meio sagbs e o gosto musical deles também é uma sagbisse pegada.
Há um ano atrás, por esta altura, estava lá, com neve, frio e um ambiente totalmente diferente. As ruas todas enfeitadas e cheirava a Natal. Fui às feiras de Natal que por lá fazem, comi muitas amêndoas caramelizadas e um vinho quente com especiarias e deixei-me estar por ali a apreciar o modo de vida dos alemães. Munique deixou saudade, porque foi lá que a minha vida começou a mudar. Foi lá que descobri como é bom pegar na bicicleta e ir trabalhar, às compras, jantar e sair à noite. Pedalar pelas ruas só com os meus pensamentos. No tempo todo em que lá estive aluguei um carro por 2 fins-de-semana. De resto não me fez falta nenhuma. Ao ouvir esta música fiquei pensativa. Sabem... o tempo que passou e não volta mais, coisas da vida de uma gaja. Enfim, apetece-me embrulhar-me num edredon e deitar na caminha a ver a neve cair lá fora. Apetece-me sair à rua e ter neve até aos joelhos, ouvir aquele silêncio do frio, os corvos pretos que povoam os ceús de Munique. Apetece-me... sei lá... apetece-me que seja Inverno. Aqui é Verão e estamos em pleno Dezembro. Para quem sempre viveu no hemisfério norte isto é, muito, muito estranho. Tenho saudades de muita coisa daquele tempo. Tenho saudades do frio.

Desanuviei da neura assim....

  1. Peguei num pacote Tridente que traz umas 50 pastilhas.
  2. Enchi a boca com umas 10 pastilhas.
  3. Fiz balões. Grandes. Daqueles que rebentam na cara.
  4. Fumei um cigarro.
  5. Decidi que se calhar estou a ser demasiado severa com uma das pessoas, mas que com a outra, nem quero mais perder o meu tempo.
  6. Vou dormir.

ps: pode parecer parvo, mas sinto-me mais leve. porque enquanto fiz isto, estive só comigo. de vez em quando, também faz falta.

Estou pior que estragada... grrrrrrrrrrrr

Não gosto de acusar ninguém sem razão. Mas acabei de ficar lixada. E atenção que uso o termo lixada apenas para ser politicamente correcta.
Duas pessoas que em comum só têm o facto de me conhecerem (e daí talvez não conheçam), conseguiram quase em simultâneo, pôr-me com uma neura descomunal. Uma por telemóvel e outra sem sequer comunicar comigo. Apetecia-me estar ao pé delas, para lhes mandar uns gritos e dar-lhes a entender assim mesmo muito bem, o quanto me irritaram. Em vez disso vou desanuviar. A vida é curta e tenho mais que fazer.
Abomino a falta de consideração pelos outros.

Fim de semana na Ponta do Ouro... Oba, Oba Oba!!! (parte 3)

Como não podia deixar de ser... à noite... PARTY!!!
Grupo "bués" fixe e internacional. Países presentes: Moçambique, Irlanda, Inglaterra, Brasil, Argentina, Islândia e claro Portugal. Foi mesmo muito bom... Quero maisssssss... Buáááá!!!

Fim de semana na Ponta do Ouro... Oba, Oba Oba!!! (parte 2)

Eu e suzy à descoberta...

Fim de semana na Ponta do Ouro... Oba, Oba Oba!!!

A caminho!

Especial

Tenho muita sorte porque tenho várias pessoas especiais na minha vida.
Receber por email, vinte e dois beijos a meio de um dia de trabalho stressante é também muito especial.
A pessoa que me fez sorrir, só por se ter lembrado de mim, também o é.