Hoje abri o link do 5minutes sem saber se ia escrever ou não. Até tenho onde me inspirar mas não sabia bem se me apetecia falar sobre um sábado ocupado num semi-trabalho/convivio com amigos e um domingo passado num convivio da comunidade de Goa em Moçambique. Mas não é sobre isso que quero falar.
Lembrei-me de repente... faz hoje um mes, comecei a escrever. E até já considero que posso classificar assim o que faço aqui... escrevo. De tal forma estou a adorar faze-lo que me sinto assim como num namorico adolescente e até acho que isto de cumprir um mes bloguiano é importante. Esclareço no entanto que não estou a ter nenhum ataque psicótico de gaja com pretensões a artista. Não, nada disso!
Apercebi-me que é um mes de escrita mas, já são quase tres meses de TIFA e que foi ela que me pos a escrever. Penso no tempo que passou num instantinho, a correr, como que fugindo das mãos, Como se tivesse que ser assim... tudo rápido, rapidinho. E com tanta pressa no passar do tempo, nem me dei conta mas tanta coisa mudou entretanto em mim, para mim.
Faz quase um ano que virei a minha vida do avesso... tomei decisões e mudei tudo. E esse ano também passou a correr, com uma sucessão de acontecimentos que nem sempre controlei. Lembro-me de uma discussão recorrente com uma pessoa amiga e que sempre me disse que "a vida é o que nós fazemos dela, ponto final". Eu cada vez mais penso... sim, mas tambem será que não é a vida a fazer de nós quem somos? Parece-me um pouco arrogante acharmos que podemos ditar a nossa vida, pois nem tudo depende de nós. Volta e meia tudo muda, tudo está diferente e de repente o caminho que temos de seguir é outro. Há um ano atrás não me imaginava aqui. Há escolhas possíveis e a minha escolha há um ano atrás foi sair de Portugal. Podia ter escolhido ficar mas iria detestar-me... no fim da minha vida só me quero arrepender do que fiz. Nao quero chegar ao fim da estrada e pensar como seria se tivesse feito assim ou assado. Essa não sou eu. Eu só se não puder, de resto eu vou, eu faço e só me quero arrepender do que faço e não do que poderia ter feito. Não tem sido fácil mas tem sido revelador e precisava de chegar aqui porque sinto-me agora a viver. Sei quem sou, reflicto sobre o que fui e estou pronta para avançar, para seguir em frente. Continuo sem saber quando volto para Portugal, mas a qualquer altura pode ser, sem problemas... estou pronta. No entanto algo que me diz que não vai ser já e estou pronta também, para ficar mais um tempo. O que virá dai não sei, mas deve ser a vida a fazer das suas e a fazer algo de mim. Eu aceito mas sempre com as mãos no "volante", nao vá a vida distrair-se e espetar comigo numa curva. Cada vez mais me convenço que tinha que passar por este ultimo ano, por estes tres meses em África, por este mes de escrita. Cada vez mais me convenço que a estrada da vida é feita de curvas e contra-curvas mas que as mesmas existem às vezes para contornar montanhas. Cada vez mais acredito que chegarei ao final. Mais sã, mais consciente. Estão a ser tempos de mudança e eu estou a gostar. Estou a gostar...
2 comentários:
É sinuosa a sombra que somos.
E por muito que a tentemos agarrar,
ela desprende-se, sempre, por entre os dedos.
nelson
meu amoriiiii
deske é mesmo assim... mas ninguem percebe se não passar pelo mesmo. Eu cada vez mais me convenço que conhecer-te foi uma das razões que me trouxe cá... parece que nos conhecemos melhor a nós proprios não é? Que os nossos limites são alargados e que à nossa frente uma imensidão de coisas estão prontas a aparecer. E não podemos ir já... ainda não fizemos o que nos dispusemos a vir fazer cá... sermos nós. Nós no meio dos outros que não se veem sequer. Crescer. Aprender. Viver uma vida que nos foi oferecida... e que está ai prontinha para nos trazer muitas surpresas todos os dias. Deixar a asfixia de Portugal. E de nós proprias...
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