A tal carta

Apetece-me responder a um desafio de um blog vizinho... Desafio a escrever uma carta que termine um relacionamento. Ora ai está! Nunca o fiz dessa forma.

E a carta começa assim...

Gostava que tivesses sido tu o tal.

Aquele, o tal. Capaz de me aturar, de saber como sou, o que sinto e tudo o que quero. Como exijo num dar e receber. Com contrapartidas erradas.

É assim que eu sou, cheia de vicissitudes. Contradizendo-me a todo o vapor. as minhas exigências de quem tudo dá e mais espera receber. E se tivesses sido tu? Sim, diz-me?... Teria sido bom!? Assim penso eu.
Porque gostaria que assim fosse, mesmo que não o seja. O que desejo?! Não sei! Por muito que queira não é qualquer um que me assenta. Parecias ser tu, mas se calhar não és. Se calhar....
E eu não quero esperar mais do que pode não ser nada. Mal grado, o passado pesa em mim e apostas emocionais anteriores foram demasiado vãs, desgastando-me, corroendo-me. Não desistirei de querer-te, mas não vou a jogo sozinha. Contigo ou aquele que fizer feliz um dia, não mais lutarei contra o meu instinto. Escrevo-te uma carta egoísta porque é assim que se sente o meu coração. Cheio de couraças, grades e fechaduras. Abriu a porta toda, escancarada, mas não se deixa arrombar. Já vivemos e crescemos e a vida tem mais para dar. Tenho a sensação que poderiamos ter sido. Mas seríamos mesmo?
A vida é mais que momentos, e um dia destes será para sempre.
Hoje, despeço-me assim. Sabendo que ficas dentro de mim. A vida continua já a seguir, para ti e para mim, só é preciso acreditarmos que eu e tu não éramos um mas podemos sempre ser felizes.

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