Um Banco do Millenium

Qualquer semelhança entre o Millenium português e o moçambicano, é pura coincidência!

Coincidências como eficiência??? De certeza que não as há.

Desconfio que o Sr. Jardim Gonçalves nem faz ideía do atraso de vida que o seu Banco é por cá. Acho que ele está descansadinho porque pensa que o facto de ter dependências espalhadas por toda a cidade é o suficiente.

Mas olhe que não, olhe que não...

Quem passa por uma dependência do BIM, está habituado a ver uma fila enorme de pessoas à porta. Aliás foi uma das primeiras coisas a chamar-me a atenção quando cheguei a Moçambique.

À minha pergunta de ignorante: "porquê???"... Veio uma resposta simples: porque sim. Porque têm muitos clientes, porque os sistemas estão sempre em baixo, principalmente porque são uns incompetentes e porque não dão conta do recado.

Sexta-feira passada vi-me obrigada a dirigir-me ao BIM para levantar um cheque e preparei-me mentalmente para a grande seca que ia levar.

Primeiro rodei a cidade à procura de uma dependência que tivesse menos pessoas na fila. Lá arranjei uma e achei eu que estava cheia de sorte quando me calhou o terceiro lugar na mesma.

Diga-se de passagem que isso não significa que me despachasse com celeridade. Aqui trabalha-se com muita, muita calma e apesar de ser inicio do mês, dos três guichets disponiveis, só um estava a funcionar. Chegada a minha vez, fui informada que apesar de ser portadora de um cheque do próprio banco, não o podia levantar ali.

De lá me dirigi à sede do BIM e eis que me deparo com mais de 100 pessoas no seu interior à espera de serem atendidas. Eram 14h30 e entrei em pânico com a probabilidade de passar ali uma tarde inteira.

Ali parada na fila, comecei a pensar:
- "Mas como é que este País pode andar para a frente se as pessoas têm de perder dias de trabalho só para levantar um cheque?";
- "Se eu fosse cliente deste Banco cada vez que cá viesse armava aqui um chinfrim. Isto é inadmissivel!";
- "Qual é o número das pizzas? Estou a ver que vou precisar de encomendar o jantar";
- "Não tarda, estou abancada no chão";
- "Deixa-me mas é procurar o Sr. XXXXXX para ver se ele me safa desta seca".

Aqui como em qualquer lado do mundo, o factor "C" é uma coisa importantissima. Fiz um choradinho ao senhor que por acaso conhecia lá, ele agarrou no meu passaporte e no tal cheque e foi pela porta do cavalo, entregar ao caixa.

Disse-me para esperar em frente às caixas, haviam de chamar pelo meu nome. Aí apercebi-me que estava numa nova fila... a fila dos "favores", da malta que conhecia alguém ali dentro. Ou seja, passei da fila normal com umas cinquenta pessoas, para a fila das cunhas que mesmo assim tinha umas trinta.

... Começo interiormente a falar com jesus cristinho... Ai meu deus, dai-me paciência...

E eis que vejo o gerente, um senhor tuga com ares de maioral, que apareceu por ali e ficou a olhar. De mãos nos bolsos! O senhor gerente esteve assim durante uns 5 minutos.

Pensei: Pronto, o gajo vai resolver isto.

Nepes, népia, nadica de nada. Passados 5 minutos, virou costas e bazou como se nada se passasse.

Não viu, nem reparou que:
- apenas 2 dos 10 guichets estavam a funcionar;
- mais de dez funcionários se encontravam num canto da dependência a disfrutar do seu almoço takeaway numa alegre cavaqueira;
- a malta (cliente) estava mesmo farta daquilo;
- a probabilidade de um motim era eminente.

Não!!!... Para ele aquilo devia ser tudo normalissimo.

Pois se há pessoas que até aproveitam para dormir, deve ser porque gostam disto assim. Aliás deve ter sido por isso que o Jardim Gonçalves escolheu aqueles sofás todos XPTO todos muito confortáveis. Pena que não chegam para todos, porque senão em vez de pensar em fusões com outro Bancos, talvez fosse de encarar a hipótese de explorar o BIM para um novo serviço de cura à insónia. Aí sim, teriam um grande futuro.

Valeu-me a minha cunha ser mesmo das boas e até na fila dos "favores" passei à frente. Bem ao jeito de espertalhaça tuga, só tive que fazer parte deste filme durante 45 minutos. Nada mal, nada mal. Agora espero que os santinhos intercedam por mim e que nunca mais tenha que lá pôr os pés outra vez, seja porque assunto fôr. Livra!

8 comentários:

zharpah disse...

É a evolução minha cara, é a evolução! ;)
A evolução nem sempre nos traz coisas boas. ahahah
Não há transferências nesse país? :P

zharpah disse...

Já agora! Não é que ande muito a par das notícias nacionais, mas parece-me que o Jardim Gonçalves já não exerce funções de administração no banco que fundou.... derivado a algumas cenas menos favoráveis que vieram a público, talvez! eheheheh
Mas é como digo, não tenho certeza porque só leio tópicos de jornais devido a não ter paciência para a maioria dos jornalistas de chinelo que matraquilham neste país... pois! ^^

S disse...

zharpah, se para levantar um cheque é isto, nem queiras saber o calvário que é uma transferência.
E o Jardim pode já não exercer funções, mas deixou este legado e de certeza que isto só pode ser culpa daquele... pseudo-macho estupido comó caraças. ;)

Susana disse...

o pior de tudo é que o Millenium Bim é o MEU BANCO... devia tar cos copos quando lá abri conta.. dassseeee

S disse...

susy, dasssseeee... acho que estavas mesmo. ahahahah

Hélder disse...

É como as Camaras Municipais. Vais lá buscar uma planta e ficas "plantado" o dia inteiro! :D

S disse...

htsousa, pois! Devem achar a malta decorativa. eheheheh

zharpah disse...

Assim sempre poupam uns trocos na decoração! eheheh ;)
Mas em Portugal é assim também e não só nos balcões bancárioa ou CM.
Vejamos a coisa pelo lado positivo:
Como poupam na decoração encaixam mais uns milhões/ano, e continuam a piorar os serviços para melhorar a decoração. É um ciclo! Coitados, eu até os entendo... recebem poucos dividendos comparando-os com equivalentes de países "civilizados"! ahahahahah