Quarta-feira, 12 de Dezembro

Já passava da meia-noite e decidi que não ia dormir. Às 4h tenho de acordar. Às 5h, tenho de sair de casa para ir para o aeroporto. Às 7h30 estarei a caminho de Nampula. Durmo duas horinhas no avião.
Chego ao destino às 10h00 e passado meia hora já fiz o check-in no hotel e já estou sentada numa mesa de reuniões com os colegas. Na administração e para já, somos só quatro e o "big boss". Gostei deles. Parecem-me simples e são muito simpáticos comigo.
Diz que sou a única gaja e até estou contente por isso. As gajas que me desculpem, mas prefiro mil vezes trabalhar com homens. Pelo menos esses, não perdem tempo a desejar que eu mande um trambolhão, só porque gostavam de ter uns sapatos como os meus. A maioria dos gajos até se está nas tintas para os sapatos que trago.
Os assuntos a tratar eram mais que muitos e o almoço foi uma sandes e um pacote de sumo que se comeu enquanto se prosseguia a reunião. Só acabou às 19h e a essa hora, já eu estava passada com a falta de horas de sono. Absorver tanta informação, sem estar a 100% é dose. Só penso "a culpa foi tua Sylvia Cristina, agora aguenta... e ai de ti que deixes alguém perceber o quão cansada estás".
Saio da reunião e paro na primeira janela. Tenho de repor os níveis de nicotina urgentemente. O dia todo sem fumar. Estou-me a passar.
Tenho meia hora para ir até ao quarto. Duche revigorante, um pouco de base para tapar as olheiras e siga para o restaurante.
Eu, os colegas, o "boss". Supostamente devíamos descontrair, mas não. Até às 22h30 foi mais do mesmo... conversa sobre trabalho e do tanto que temos para fazer.
Mal posso esperar que acabe, a minha caminha está a chamar por mim e eu não a quero desiludir. Já no vale dos lençois, não adormeci, sofri mesmo um knock out técnico e podem contar até dez que eu já não me levanto.
Sou só uma gaja, mas às vezes armo-me em super-gaja.

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